Reforma Tributária

Nova tributação, novas regras: como o varejo entra no jogo da Reforma

impactos da CBS no varejo

A Reforma Tributária está transformando o sistema fiscal brasileiro e o setor varejista precisa aprender rapidamente as novas regras do jogo. Com a chegada da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), o ICMS e o PIS/Cofins começam a se despedir do palco. Mas será mesmo um “adeus” ou apenas uma nova versão de velhos desafios?

Neste artigo, você vai entender a urgência de começar a se preparar para o cenário que se iniciará em 2026, os impactos da CBS no varejo e quais as principais mudanças para o setor. Confira:

Varejo em alerta com a Reforma Tributária

O varejo, tradicionalmente um dos maiores contribuintes do ICMS, pode respirar um pouco mais aliviado com a extinção gradual desse imposto. A alíquota e a forma de cobrança do ICMS sempre foram complexas, variando de estado para estado, o que dificultava a previsibilidade e onerava a gestão tributária. A substituição por tributos mais uniformes, como a CBS e o IBS, promete simplificar esse cenário.

A carga tributária pode até se redistribuir, mas o impacto real vai depender do tipo de mercadoria vendida, da margem de lucro, da localização da empresa e até da cadeia de fornecimento.

De olho na CBS: o novo protagonista da tributação federal

Com alíquota única e foco no valor agregado, a CBS deve ocupar o espaço do PIS e da Cofins. Isso significa que o varejista terá que rever sua precificação, suas operações fiscais e, principalmente, seus sistemas internos. A CBS será cobrada no destino, com possibilidade de crédito mais amplo, o que pode beneficiar quem atua em cadeias longas de produção e distribuição.

No entanto, o modelo exige:

  • Controle rigoroso de créditos e débitos;
  • Atualização de sistemas fiscais e ERPs;
  • Capacitação da equipe contábil e fiscal.

E aqui está o ponto central: a transição exige agilidade e visão estratégica.

Impactos sobre os benefícios fiscais estaduais

Embora a promessa da Reforma seja a simplificação, os efeitos práticos não serão uniformes em todo o varejo. A mudança na estrutura de tributos vai redistribuir a carga entre segmentos e regiões, e isso pode beneficiar alguns negócios enquanto penaliza outros.

Setores que hoje se apoiam fortemente em benefícios fiscais estaduais, como o de eletrônicos, bebidas, cosméticos e perfumaria, podem sofrer aumento na carga tributária após a transição. Isso se deve ao fim dos incentivos regionais oferecidos por alguns estados, especialmente aqueles que utilizavam a guerra fiscal como estratégia de atração de empresas.

A Lei Complementar nº 214/2025 estabeleceu regras específicas para a transição desses benefícios, que terão tratamento distinto conforme o tipo de atividade:

  • Benefícios fiscais industriais: antes mantidos integralmente até 2032, agora passam a ser reduzidos gradualmente a partir de 2029, o que representa um impacto negativo para indústrias varejistas que operam com incentivos relevantes;
  • Benefícios fiscais não industriais: tinham redução de 20% ao ano no modelo anterior; com a nova lei, passam a ter uma redução inicial mais suave, de 10% ao ano, o que pode ser visto como um alívio, com impacto positivo, especialmente para empresas voltadas ao comércio ou prestação de serviços.

Essa diferenciação reforça que os efeitos da reforma não são lineares. Enquanto o varejo de produtos industrializados pode perder vantagens competitivas em estados onde havia incentivos robustos, outros segmentos mais voltados ao comércio e serviços locais tendem a sofrer um impacto menor, ou até positivo, dependendo da sua estrutura de custos e operações.

ICMS fora de cena, mas ainda existe o período de transição

Apesar da extinção prevista, o ICMS ainda estará presente durante o período de transição, que vai até 2032. Isso significa que os varejistas viverão por um bom tempo em um regime híbrido, onde será necessário apurar tanto os tributos antigos quanto os novos.

Para os setores fiscais, isso representa um desafio dobrado: cumprir obrigações acessórias antigas e novas ao mesmo tempo, e adaptar fluxos fiscais sem perder de vista a conformidade.

Oportunidades à vista: como o varejo pode ganhar com a Reforma

A simplificação tributária pode abrir portas para um crescimento mais estruturado. Com menos variáveis fiscais entre estados, o varejista pode planejar melhor sua expansão geográfica. Além disso, o crédito ampliado da CBS pode aliviar a tributação em cadeias complexas, favorecendo especialmente quem trabalha com multicanais e logística avançada.

Empresas que souberem antecipar os efeitos da Reforma e se prepararem de forma inteligente podem até reduzir sua carga efetiva de impostos, ou, no mínimo, otimizar a gestão fiscal e evitar multas.

O varejo precisa virar o jogo rapidamente

A Reforma Tributária não representa apenas a substituição de siglas e tributos; ela marca uma mudança profunda na lógica de apuração, no comportamento dos Fiscos e na forma como as empresas devem se relacionar com o sistema tributário. É uma verdadeira transformação cultural, que exige do varejo não só compreensão conceitual, mas também ação prática e estratégica.

Entender os fundamentos da CBS e do IBS, reestruturar processos internos, revisar contratos com fornecedores e atualizar sistemas de gestão fiscal e contábil são passos urgentes. A tecnologia passa a ser uma aliada indispensável, tanto para garantir conformidade quanto para gerar eficiência e vantagem competitiva nesse novo cenário.

Os varejistas que demorarem a reagir podem enfrentar um cenário de riscos elevados: erros na apuração, perda de créditos fiscais, aumento de contingências e sanções por descumprimento de obrigações acessórias. Em contrapartida, quem se antecipa, investe em conhecimento e adota soluções adequadas pode transformar a Reforma em oportunidade de crescimento e consolidação no mercado.

Prepare-se com a Avalara: soluções para um varejo 100% em dia com o novo sistema tributário

A Reforma Tributária inaugura uma configuração para o sistema de tributação sobre o consumo no Brasil, com impactos diretos e estruturais sobre a rotina fiscal das empresas. 

Diante desse cenário, compreender os fundamentos do novo modelo é apenas o primeiro passo. Será indispensável adotar medidas práticas e estruturadas desde já, a fim de garantir uma transição segura e eficiente.

Entre as ações prioritárias estão:

  • Reavaliação da estrutura tributária vigente;
  • Mapeamento dos impactos por setor de atuação;
  • Atualização dos sistemas de gestão fiscal;
  • Aprimoramento técnico das equipes envolvidas;

Para isso, contar com parceiros especializados, como a Avalara, e investir em soluções tecnológicas compatíveis com o novo modelo, como motores de cálculo integrados, é fundamental para assegurar conformidade legal, mitigar riscos operacionais e manter a competitividade no mercado:

  • AvaTax Brasil: cálculo automático de tributos no modelo híbrido (ICMS + CBS/IBS);
  • Mensageria DF-e: emissão simplificada de documentos fiscais eletrônicos;
  • Tax Central: gestão tributária centralizada para todas as obrigações acessórias;
  • BPO Fiscal: terceirização inteligente do compliance tributário com especialistas Avalara.

A preparação para esse novo contexto não deve ser adiada. Essa é uma escolha estratégica que definirá a adaptação da empresa no novo cenário tributário.


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